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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Ana Beatriz, cheia do favor de Deus



Hoje vou contar uma historinha pra vocês. Alguns já a conhecem, outros não. Era uma vez o mês de maio do ano passado, quando fomos surpreendidos por uma gravidez inesperada. Apesar disso ela foi muito bem recebida, pois cremos que, se Deus resolveu nos confiar outra vidinha pra cuidar, seríamos capazes disso e por momento nenhum questionamos ou ficamos arrependidos de não termos nos cuidado direito. 

Enfim, começou nossa jornada, ainda não sabíamos quem estava crescendo dentro da minha barriga, mas já sabíamos quão preciosa era aquela vida. Tive que parar de trabalhar já no primeiro mês de gestação, pois sofro de Incompetência Istmo Cervical (IIC), que faz com que o colo do útero se abra antes da hora com o peso do bebê, causando inevitavelmente o parto prematuro (minhas outras filhas, Agnes e Amanda, nasceram de 7 e 8 meses). 

Mas existem uns pontinhos mágicos que, se dados certinho, no lugar certo, conseguem driblar a IIC. Tudo caminhava pra realização da cirurgia que garantira uma gestação o mais normal possível, em que não precisaria ficar de cama todo o tempo. 

Como nem tudo na vida acontece como planejamos, com dez semanas tive um sangramento que me levou ao hospital e alí começou de verdade essa historinha. Nesse dia foi realizado uma ultrassonografia que escureceu os nossos olhos e de repente tudo virou incerteza. 

O nosso bebê precioso foi diagnosticado com Hidropsia Fetal. Se você é sensível, por favor não busque no Google, porque as imagens são fortes. Naquele dia soubemos que provavelmente nosso bebê não viveria muito além das vinte semanas. Resumindo: a Hidropsia é o acúmulo de líquidos nas cavidades do feto-embrião. Esse liquido que se acumula impede o desenvolvimento de órgãos vitais causando derrames nos pulmões e coração. 

Meu bebê tinha bastante líquido entre a pele e seu corpinho desde a cabeça até o bumbum, era o que se conseguia ver naquele momento pois era só um feijãozinho ainda. Enfim, é um quadro muito grave, sem muitas perspectivas e sem nada a fazer além de esperar o fim. Foi um momento muito difícil, esperar o tempo passar, dia a dia, para, conforme o bebê crescesse, através de novas ultrassonografias acompanhar a sua evolução. 

Muitas são as mães que passam por problemas parecidos, onde seus bebês têm malformação, porém enquanto estão em seus úteros estão seguros. Meu bebê não estava seguro, porque o líquido que o mantinha vivo e desenvolvendo era o mesmo que poderia matá-lo. 

Com doze semanas repetimos o exame e Graças a Deus, o quadro dela começou a reverter, o líquido começou a diminuir e seus órgãos vitais já visíveis estavam "sequinhos". Continuamos a nossa jornada incerta, porque a melhora não significava a cura e muitos outros problemas ainda poderiam aparecer. E claro, eles apareceram. 

Por conta da hidropsia, grande risco de morte do bebê e placenta baixa, foi aconselhado pelo especialista fetal não dar os pontinhos no colo do útero e, em acordo com a minha obstetra, seguimos com repouso. Com 17 semanas as contrações apareceram. Já sabíamos que quem estava no forninho era mais uma menininha pra completar o trio das Meninas Super Poderosas, estávamos felizes, mas ainda com medo. 

Escolhemos o nome então. Muitas foram as opções, mas eu gosto de nomes com significados e Ana significa cheia de graça, enquanto Beatriz é aquela que faz os outros felizes. A Bíblia se refere à palavra Graça como o favor de Deus pelo seu povo. Logo não poderia ser mais perfeito que Ana, ser cheia do favor de Deus, não é? Meu coração estava certo que ela viria sim pra nos fazer felizes. 

Os exames seguintes mostravam que o líquido do pescoço dela havia virado um cisto que teria que ser removido cirurgicamente após nascer. Ela teve também cistos no plexo coróide (cabeça), que sozinhos não querem dizer nada, mas como ela já tinha tantos problemas, poderia ter alguma outra síndrome grave e também graves problemas cardíacos, mas também só teríamos certeza depois de ela nascer. 

Com 23 semanas, meu colo do útero abriu e a qualquer momento ela poderia chegar. Dose máxima de remédios e repouso absoluto - se ela chegasse não sobreviveria. Foi uma longa espera, almejei Dezembro mais do que tudo, esperei a Ana esperando um milagre. Eu não acreditava em milagres, confesso, mas eu precisava de um para ter a minha filha comigo, e eu pude ver e sentir Deus nos sustentando. 

Desde sempre a meta foram as 34 semanas de gestação. Quando o colo abriu, com 23 semanas, eu queria pelo menos chegar às 26, e por aí foi. Cada duas semanas tinham o peso de meses para nossa baixinha. Por causa do cisto, ela não poderia nascer de parto normal, pois poderia romper e complicar ainda mais a sua situação incerta. Mas o parto normal estava batendo na porta. Então com 30 semanas, na ultrassonografia, Ana já não tinha mais nenhum cisto, poderia ficar sossegada quanto a isso. Os exames do coração também mostravam que estava tudo bem e, contrariando toda a perspectiva, ela se desenvolvia como um bebê normal. 

Chegou o mês mais esperado do ano. Para mim, agora, Dezembro é o mês da vida, da chegada da nossa vida. Completei 34 semanas e no dia seguinte fui ao hospital com 6 cm de dilatação. Nossa amada Ana Beatriz chegaria. Os médicos tentaram inibir o parto, mas sem sucesso, e mesmo sem contrações detectáveis ao exame de cardiotoco, o trabalho de parto evoluiu rápido. 

Nossa querida obstetra chegou ao hospital e em uma hora mais ou menos, nossa preciosa chegou, linda e apaixonante. Ana foi para a UTI porque teve desconforto respiratório devido à sua cardiopatia, detectada após o nascimento. Nossa obstetra Miriani Finilli esteve conosco durante toda jornada e a ela agradecemos também a chegada tranquila e serena da pequena. Agradeço a todo o seu comprometimento e dedicação durante todo o tempo. Se conseguimos caminhar tranquilamente pelo caminho das pedras, foi porque ela esteve também do nosso lado. Em nenhum momento deu falsas esperanças ou nos abandonou, afinal era uma gestação onde não se sabia se o produto final chegaria em bom estado. Tudo indicava que não e fomos cuidadas como se tudo corresse bem, mas sem esquecer as necessidades e cuidados que a gestação inspirava. 

Muito obrigada mesmo, "cegonha querida"! Ana é uma guerreira, vem lutando desde o comecinho da sua vida na minha barriga. Ana é um milagre. Eu sei que ainda veremos mais milagres na vida dela como o seu coração completamente consertado. 

A sua cardiopatia inspira cuidados, ainda pode haver necessidade cirúrgica. Ainda vivemos incertezas, mas hoje eu voltei a acreditar em milagres, e eu ainda preciso de milagres e os espero como esperei durante os 8 meses em que a Ana esteve na minha barriga. Amamos a Ana tanto como as outras, a desejamos tanto quanto, mas a sua chegada e a sua espera foram diferentes. Ela nos trouxe maturidade, nos mostrou um amor além de qualquer perspectiva, nos ensinou a entrega total e a ter uma esperança e fé inabalável. 

Ainda temos medos, pois somos humanos, mas cremos no Pai. Ana está prestes a completar um ano fora da barriga e finalizo essa parte da história dela com a frase que me sustentou durante a gestação, e que tenho certeza que na parte 2 dessa história direi, enfim, que ela se cumpriu: 

"Aquele que começou a boa obra em vós, há de completá-la!!

Rafaela Paterno
de Jaraguá do Sul, Santa Catarina

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Blood Money - aborto legalizado: estreia de 15 de novembro nos cinemas




Com a ampla divulgação do filme Blood Money – Aborto Legalizado, pelos meios de comunicação que não boicotaram o filme, começam a surtir em âmbito nacional os efeitos da manifestação popular contra o aborto. O Deputado federal Arolde de Oliveira fez um pronunciamento elogiando o filme e chamando a atenção para a sua importância e sobre a parcialidade midiática que um filme que trata de um assunto tão importante tem sofrido em nosso país.


Pronunciamento do Deputado AROLDE DE OLIVEIRA
Em 06/11/2013

Senhor presidente, no dia 15 de novembro, entrará em cartaz nos cinemas do Brasil o esperado e polêmico filme “Blood Money – Aborto Legalizado”. O documentário produzido por e David Kyle e John Zipp trata do funcionamento legal da indústria do aborto nos Estados Unidos, mostrando de que forma as estruturas médicas disputam e tratam sua clientela, os métodos aplicados pelas clínicas para realização do aborto, o destino do lixo hospitalar, o sofrimento das mulheres entre outros temas, de forma muito realista.

O filme também faz grandes e sérias denúncias como a prática da eugenia e o uso do aborto como controle da natalidade. Trata de forma madura os aspectos científicos e psicológicos relacionados ao tema, como o momento exato em que o feto é considerado um ser humano e se há ou não sequelas para a mulher submetida a este procedimento.

“Blood Money – Aborto Legalizado” traz, ainda, depoimentos de médicos e outros profissionais da área, de pacientes, cientistas e da ativista de movimentos negros dos EUA, Alveda C. King, sobrinha do pacifista Martin Luther King.

Dra. Alveda King, que também apresenta o documentário, é envolvida em discussões sobre o mecanismo de controle racial nos EUA e denuncia no filme que o maior número de abortos naquele país é realizado nas comunidades negras.

“Blood Money- Aborto Legalizado” que traduzido quer dizer “Dinheiro de Sangue” chega ao Brasil para amadurecer o debate sobre o aborto a partir da experiência dos EUA. Lá o assunto é pulsante. A mídia debate o assunto sem qualquer tabu. Aqui observamos tendências e manipulações por parte da mídia quando sobre o tema e quem perde é a sociedade.

O documentário é muito bem produzido, é uma fonte de estudos ímpar, tem formato investigativo e revela uma indústria poderosa, lucrativa e que movimenta bilhões de dólares a partir da legalização do aborto nos EUA .

No filme fica evidenciado que a legalização do aborto nos Estados Unidos se deu mediante manipulação do povo despreparado, numa campanha de trapaças e mentiras, numa clara afronta às atribuições de cada um dos poderes republicanos. Tal campanha foi conduzida no centro das instituições judiciárias.

A Justiça americana tornou o aborto um direito da mulher, que se transformou em autoridade inquestionável de decidir sobre o próprio corpo e sobre a vida independente e distinta que se desenvolve dentro dela. Como se revela na obra cinematográfica, eufemismos foram empregados nos Estados Unidos para fazer a criança parecer menos que humana. Desta forma, o desejo de massacre alojado nos recantos mais sombrios dos corações dos homens justificou o direito de assassinar.

Para que o aborto fosse legalizado a Justiça norte-americana precisou ignorar fatos científicos incontestáveis, e que estavam estabelecidos de modo claro visto que desde 1857 a Associação Médica Americana declarou a existência independente e real da criança antes do nascimento como um ser vivo, sendo, portanto, uma questão de ciência objetiva.

Causa impacto e emoção ver no filme relato de aborteiros que chegaram a matar legalmente mais de 35 mil crianças e provocaram a morte de muitas mulheres em virtude dos métodos usados para sugar crianças com seis, sete ou oito meses de gestação.

Já sabemos que a chegada do filme no circuito de cinema já está incomodando muitas pessoas, muitas instituições e até mesmo alguns Partidos pois a triste verdade sobre o aborto será exibida ao vivo e a cores.
Quero cumprimentar e agradecer a Europa Filmes e a Estação Luz Filmes pela coragem de trazerem para o Brasil tão importante documentário.

Peço a atenção dos brasileiros para a mensagem deste filme que vai ao encontro de nossa luta pela vida e contra a descriminalização do absorto e fortalece nossas convicções pró-vida em defesa da família.
Recomendo os abortistas assistirem o filme.

Salas de Cinema onde o filme Blood Money será exibido entre 15, 16 e 17 de novembro (acompanhe mais detalhes na página Blood Money no Facebook)

domingo, 20 de outubro de 2013

99% dos adultos com Síndrome de Down relatam ter uma vida feliz


Pais devem ser informados sobre o impacto da Síndrome de Down sobre as famílias


Por Peter Saunders*

Brian Skotko, clínico em genética do Hospital Infantil de Boston, publicou uma série de três estudos no American Journal of Medical Genetics em 2011 sobre o impacto que os filhos com Síndrome de Down têm sobre as suas famílias.

Segundo ele, tantas mulheres americanas estão recebendo o diagnóstico pré-natal da Síndrome de Down e  se perguntando: "O que isso significa para a minha família? O que é que este diagnóstico significa para o meu casamento? Qual o impacto que isso terá sobre os meus outros filhos e filhas?"

Os resultados são extremamente reveladores.

Em seu primeiro estudo, 822 irmãos e irmãs foram questionados sobre seus sentimentos e percepções em relação a seu irmão com Síndrome de Down (SD).

Mais de 96% dos irmãos / irmãs que responderam à pesquisa indicaram que eles tinham afeição por seu irmão com SD, e 94% dos irmãos mais velhos expressaram sentimentos de orgulho. Menos de 10% se sentiram envergonhados, e menos de 5% expressaram o desejo de trocar seu irmão por outro irmão ou irmã sem SD.

Entre os irmãos mais velhos, 88% sentiram que eram melhores pessoas por causa de seus irmãos com o SD, e mais de 90% pretendem permanecer envolvidos com a vida de seus irmãos quando eles se tornarem adultos. A grande maioria dos irmãos e irmãs descreveu seu relacionamento com seu irmão com SD como positivo e crescente.

No segundo estudo, os pais de crianças com Síndrome de Down (SD) foram questionados sobre como se sentiam sobre suas vidas. Dos 2.044 entrevistados, 99% relataram que amavam seu filho ou filha, 97% estavam orgulhosos deles, 79% sentiram que sua visão da vida se tornou mais positiva por causa deles; 5% se sentiram envergonhados por eles e 4% se arrependeram de tê-los.

A esmagadora maioria dos pais entrevistados relataram que estavam satisfeitos com sua decisão de ter seu filho com o SD e indicaram que seus filhos e filhas eram grandes fontes de amor e orgulho.

Mas o terceiro estudo foi o mais interessante de todos, uma vez que explorou as autopercepções de crianças com Síndrome de Down.

Das 284 pessoas com síndrome de Down (SD) com idades entre 12 anos e mais velhas que foram pesquisadas, cerca de 99% indicaram que estavam felizes com suas vidas, 97% gostavam de ser quem elas eram e 96% gostavam de sua própria aparência.

Cerca de 99% das pessoas com Síndrome de Down expressaram amor por suas famílias e 97% gostavam de seus irmãos e irmãs. Uma pequena porcentagem expressou tristeza sobre a sua vida.

Taylor sugere, com base nesta pesquisa, que os médicos devem dar a notícia de um diagnóstico de Síndrome de Down com um sorriso, dizendo: "Haverá desafios, mas está quase garantido que seu filho será um adulto feliz!"

Na Grã-Bretanha, onde o aborto é permitido por deficiência fetal até o nascimento, houve 3.968 bebês com síndrome de Down abortados durante o período de 2002 a 2010, embora o número real possa ser até o dobro disso. Mais de 90% de todos os bebês descobertos com Síndrome de Down antes do nascimento tiveram as suas vidas encerradas desta forma.

Podemos nos perguntar como estes pais foram informados sobre esse diagnóstico.

Fiona Bruce MP realizou um inquérito parlamentar sobre o aborto por deficiência no início deste ano, cujos resultados foram publicados em julho.

Uma de suas principais conclusões foram:

"A melhor prática para os pais é que recebam informações práticas e equilibradas o mais cedo possível após a descoberta de uma deficiência fetal e antes de sair do hospital, para que possam fazer uma escolha informada. Isto deve incluir folhetos ou outras informações escritas por grupos de deficiência relevantes. Os pais devem receber a oportunidade de contato com as famílias de crianças com diagnóstico semelhante sem demora".

O quanto mais rápido essa recomendação for implementada melhor.

Não há dúvida de que a educação de uma criança com necessidades especiais envolve desafios, e ainda no próprio coração do evangelho cristão o Senhor Jesus escolheu dar a sua vida para atender às nossas próprias "necessidades especiais". O apóstolo Paulo nos diz que Cristo morreu por nós "quando éramos impotentes" (Romanos 5:06) e que "carregar os fardos uns dos outros" é o cerne da moral cristã (Gálatas 6:1).

Para os médicos cristãos, carregar fardos envolve não só oferecer o melhor atendimento médico para os membros mais vulneráveis ​​da nossa sociedade, mas também apoiar as suas famílias no longo prazo, estando preparados para se manifestar quando eles estiverem sendo tratados injustamente e fazendo o que pudermos para nos opor à legislação e às políticas de saúde que sejam injustas e discriminatórias.

Todos nós somos chamados das mais diversas maneiras para nos envolvermos na luta por essas pessoas muito especiais e outras pessoas em situação semelhante de vulnerabilidade. Vamos orar para que lutemos bem essas batalhas.

* Peter Saunders é médico cirurgião geral e Chefe Executivo da Christian Medical Fellowship, uma organização sediada no Reino Unido, com 4.500 médicos e 1.000 estudantes de medicina como membros.


99% dos adultos com Síndrome de Down relatam ter uma vida feliz


Por Rebecca Taylor*

A pior estatística que está circulando nos últimos dias é que 90% ou mais das crianças com Síndrome de Down são abortadas depois do exame pré-natal [em países onde o aborto é legalizado, como Reino Unido]. Estou convencida de que isso acontece porque os pais são pressionados ao aborto pelos profissionais da saúde que os estão assistindo.

Em um mundo com valores totalmente invertidos, os pais são informados de que eles estarão sendo egoístas e maus se não matarem seu filho com necessidades especiais. E com um novo teste genético não-invasivo no horizonte, a pressão sobre os pais para "se livrarem" de uma criança com Síndrome de Down só vai aumentar. 

Diante de tais números desanimadores, descobri alguns que não são apenas encorajadores, mas retratam um quadro mais preciso da vida com a Síndrome de Down. Pesquisadores do Hospital Infantil de Boston pesquisaram ​famílias que possuíam um membro com Síndrome de Down e descobriram que a Síndrome de Down é um ponto positivo. De MSNBC.com:

Mais uma vez, a cultura da morte distorce a verdade, sugerindo que os pais estão fazendo a coisa certa matando seu filho com Síndrome de Down. A cultura da morte diz: "Melhor morto do que ter Down." Mas 99% dos adultos com Síndrome de Down relataram que estão felizes com suas vidas. Eu duvido que você vá encontrar um percentual próximo a esse na população adulta "saudável". E mesmo assim, são esses adultos muito felizes que estão sendo alvo de destruição no útero.

E esse é o preço real de se abraçar a cultura da morte, de usar a morte como um "tratamento médico": é literalmente a eliminação da felicidade.

* Rebecca Taylor é B.S. em Bioquímica pela Universidade de San Francisco com certificação nacional em clínica Molecular Biology MB (ASCP); especialista em laboratório de análises clínicas em biologia molecular e ativista pró-vida 

domingo, 7 de julho de 2013

O sorriso de um bebê no ultrassom convenceu sua mãe a não abortá-lo

Katyia Rowe ouviu dos médicos durante a gestação que o cérebro de seu bebê não havia se formado corretamente. Se ele sobrevivesse, nunca iria andar ou falar, provavelmente teria pouco tempo vida e precisaria de cuidados constantes. Em meio à dor da notícia e sem saber o que fazer, a certeza de que não deveria abortar veio justamente durante os exames para comprovar a gravidade da malformação de seu bebê. Ela se sentiu incapaz de abortá-lo, mesmo com uma grave deficiência e apesar do aconselhamento médico pelo aborto, depois de o ver sorrindo em uma imagem de ultrassom 3D. 

Katyia seguiu com a gestação e seu filho, Lucian, viveu por apenas nove horas após nascer. Apesar da dor, a mãe afirma que não se arrepende em não ter abortado. Ter abraçado e acarinhado seu filho em seus braços fizeram tudo que foi vivido valer a pena, e ela se sentiu plenamente mãe de seu bebê especial.


Katyia Rowe, que tem 26 anos e é especialista em treinamento em Telford, Shropshire, Inglaterra, ficou emocionada ao descobrir que estava esperando um bebê com seu companheiro de quatro anos, o oficial de segurança Shane Johnson, em 26 de março de 2012. 

"Foi um susto, mas ficamos muito emocionados. Shane e eu logo ficamos muito animados e ansiosos para o nascimento. Tínhamos tantos planos para o futuro e mal podíamos esperar para conhecer nosso bebê. O primeiro exame, com três meses de gestação, foi maravilhoso. Quando vimos nosso bebê na tela pela primeira vez, nós nos apaixonamos imediatamente. Estávamos preocupados, mas tudo parecia estar perfeito". 

Os dois decidiram se casar quando o filho já tivesse idade suficiente para caminhar até o altar com eles. Mas com 20 semanas de gestação apareceram complicações no exame de ultrassom. Após novos exames, os médicos disseram ao casal que o cérebro de seu bebê não tinha se formado devidamente e ele seria gravemente incapacitado. Seu filho nunca iria andar ou falar e precisaria de cuidados 24 horas. Os médicos ofereceram ao casal a oportunidade de interromper a gestação do bebê com 24 semanas. Mas apesar do prognóstico ruim, depois de ver as imagens de ultrassom em tempo real ela ficou surpresa em vê-lo sorrindo, fazendo bolhas, chutando e agitando os braços. 

"Apesar de todas as coisas terríveis que estávamos ouvindo, enquanto ele estava dentro de mim, a sua qualidade de vida parecia ser maravilhosa e não era diferente de qualquer outro bebê. Ele parecia feliz e era uma alegria olhar para ele. Nós ficamos arrasados ao ouvir que a malformação cerebral do nosso filho era tão grave ao ponto de ser incompatível com a vida, que deveríamos considerar interromper a gestação. Outros exames foram feitos para avaliar a extensão de sua deficiência, mas quando eu o vi sorrindo e brincando dentro de mim, eu soube que não poderia acabar com sua vida. Se ele podia sorrir, brincar e sentir, então, apesar de sua deficiência ele merecia desfrutar sua vida, não importava quão breve ela fosse. Só porque a sua vida seria mais curta ou diferente, não significa que ele não merecia a vivê-la. Ele não sentia dor, então eu prometi deixá-lo desfrutar sua vida, tanto dentro de mim quanto do lado de fora, não importando quanto tempo fosse."

"Me disseram que ele  nunca iria andar ou falar, mas os exames mostravam ele constantemente se mexendo muito. Enquanto eu o via, eu sabia que enquanto eu o estivesse carregando, ele teria qualidade de vida e era meu dever como uma mãe protegê-lo. Não importava quanto tempo ele teria de vida, ele merecia viver. 
Foi engraçado porque eu nunca me considerei uma pessoa maternal, mas agora não queria outra coisa além de cuidar do meu filho e dar a ele a melhor qualidade de vida possível. Eu estava muito feliz em dedicar minha vida totalmente ao seu cuidado".

"Eu pesquisei mais sobre as suas possíveis deficiências para estar preparada em atender suas necessidades. Nunca tive um momento de dúvida. Eu só precisei olhar para o ultrassom e ver ele desfrutando a vida no ventre para saber que eu estava fazendo o correto ao lhe dar uma chance. Não saber o quanto ele iria viver significou que decidimos aproveitar sua vida o máximo que fosse possível. Percebemos que ele adorava o chuveiro, e chutava cada vez que caiu água sobre minha barriga."

"A medida que ele foi crescendo, eu podia ver seus pezinhos e suas mãos na minha barriga quando ele se mexia. Ele não havia nascido ainda, mas era o nosso filho e eu sentia cada movimento como um sinal de que estávamos fazendo a coisa certa. Eu conversava com ele e tocava música para ele, porque queria que ele tivesse o máximo de experiências possíveis."

Por causa de sua deficiência, Lucian não conseguia engolir o líquido amniótico que o envolvia, e Katyia teve que passar por rotinas de drenagem dolorosas nas últimas nove semanas de gravidez. 

"Era uma agonia e sabia que algumas pessoas me questionariam se valia a pena ter que passar por esses procedimentos por um menino com deficiência que não viveria muito. Mas eu nunca pensei assim. Como uma mãe, você vai fazer qualquer coisa pelo seu filho e para mim eu me tornei mãe assim que eu engravidei, esse trabalho já havia começado".

E para Katyia as recompensas dessa gravidez foram, como ela diz, as mais alegres e intensas nove horas de sua vida - o tempo que ela passou com seu filho após o nascimento. Lucian nasceu após uma indução de parto quando a bolsa de Katyia estourou, em 23 de outubro de 2013, no Royal Shrewsbury Hospital, e como era esperado ele foi levado diretamente para a uma unidade de cuidados especiais para mais avaliações.

"Eu estava preparada para não levar nosso bebê para casa como os outros novos pais, mas além disso eu não sabia o que o futuro nos reservava", lembra a mãe. Logo após o parto, uma enfermeira lhe disse que a condição de Lucian era muito grave e ele teria apenas alguns minutos de vida.

"Eu fiquei chocada, mas já tínhamos decidido que depois de seu nascimento deixaríamos Lucian seguir o seu caminho. Eu não queria que ele recebesse qualquer tratamento desnecessário, que não fosse realmente ajudá-lo. Ele já tinha me dado a maior honra de ser sua mamãe durante os últimos nove meses. Dependia dele agora, se ele já estava pronto para partir".

Katyia foi conhecer seu bebê e finalmente, o filho que ela havia nutrido por nove meses foi colocado em seus braços.
"Foi, sem dúvida, o momento mais feliz da minha vida. Lucian poderia ter morrido em qualquer momento no meu ventre, mas ele aguentou o tempo suficiente para que nos encontrássemos pessoalmente.

"Meu filho parecia perfeito, e o amor e a alegria que senti no momento em que puseram Lucian em meus braços fizeram tudo valer a pena. Pensei que não queria ser mãe, mas Lucian me ensinou que é o trabalho mais maravilhoso no mundo e serei sempre grata a ele por isso".

Lucian faleceu após nove meses de vida gestacional, no ventre da sua mãe e mais nove horas de vida após seu nascimento, quando pôde conhecer seus avós e ganhar colo, amor e carinho de seus pais. 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Palavras não são necessárias


Um vídeo que está fazendo sucesso na internet mostra como a palavra aborto é representada na Língua Americana de Sinais. Uma mulher representa com gestos carregar um bebê e depois jogá-lo fora com uma das mãos.

As imagens forma publicadas no site Stand for Life, que também divulgou um link para ver outras versões da palavra aborto em sinais americanos. Veja aqui como se descreve o aborto em Libras (Língua Brasileira de Sinais)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

O feto possui uma psique própria?


artigo reproduzido a partir do site Crescer com Colo  

A Dra. Alessandra Piontelli, psicanalista italiana, acompanhou, durante vários meses, 11 fetos: quatro gestações gemelares e três singulares, a partir da 16ª semana de gravidez.

Dentre as gestações gemelares, observou, através do ultra-som, cinco a seis vezes ao mês, um caso de gêmeos dizigóticos ou bivitelinos (formados por dois ovos distintos), uma menina e um menino. Seguindo-os por vários meses, familiarizou-se tanto com o feitio deles que foi capaz de descrever à mãe qual seria o comportamento de ambos, após o parto.

Na ecografia, observou que a menina era expansiva, buscava o contato com o irmão, mas este retraía-se e enfiava a cabeça na placenta ou tapava o rosto com as mãos, fugindo dela. Com base nesse comportamento, a Dra. Piontelli previu que a menina seria agitada, nervosa, enquanto que o irmãozinho seria de temperamento retraído e acanhado. Para espanto da mãe, após o nascimento, tudo se confirmou: realmente ele era do tipo quieto e a menina mais irrequieta.

imagens: BBC Brasil
Com suas observações, a psicanalista aclarou muitos aspectos da personalidade dos fetos observados durante as suas pesquisas, antes mesmo do nascimento. Via-os chupando o dedo, espreguiçando-se, esfregando os pezinhos e as mãozinhas, coçando-se, enfim, aproveitando a liberdade de movimentos dentro do líquido amniótico. Cada feto apresentava um comportamento muito próprio, tinha o seu feitio. A Dra. Piontelli assinalava o traço marcante de cada um, se era calmo, nervoso, pensativo ou se trazia, por exemplo, a característica de uma bailarina. Ela acompanhou-os não apenas durante o período pré-natal, mas também no decorrer do primeiro ano de vida e muitos até completarem cinco anos. E pôde constatar que o padrão de comportamento se confirmava em todos os casos, no decorrer do seu desenvolvimento. 

Verificou-se que cada feto assim como cada recém-nascido, é um ser altamente individualizado. Não é de modo algum uma tábua rasa, como se poderia supor, esperando ser moldado, exclusivamente pelo meio ambiente. Tem vida emocional própria: experimenta prazer e desprazer, dor, tristeza, angústia ou bem-estar e tem um relacionamento intenso com sua mãe, sendo capaz de captar os seus estados emocionais e sentir quais os sentimentos de afetividade dela em relação a ele. (livro De Feto a Criança)
Com oito semanas, o feto consegue chutar e espichar as pernas, e também mover os braços para cima e para baixo. (imagens: BBC Brasil)

imagens: BBC Brasil
Outra experiência interessante que demonstra a existência da individualidade própria do feto foi realizada em 1982, por Anthony DeCasper, pesquisador norte-americano: ele instruiu um grupo de mulheres grávidas para que lessem, em voz alta, cinco semanas antes do parto, determinada história infantil. Três dias após o nascimento, duas histórias foram lidas aos bebés: a que eles já conheciam, desde o final da gestação, e uma outra desconhecida. As reações foram medidas através do número de sucções do bebê. Verificou-se que eles sugavam com mais frequência quando ouviam a história conhecida.

Os problemas psicológicos ocorridos na fase pré-natal afetam a vida ultrauterina. A Dra. Myriam Szejer, psicanalista de bebês, tem importante casuística de suas “conversas” com recém-nascidos, que demonstram o valor terapêutico no alívio e na solução desses conflitos. Um dos casos, relatados no seu livro Palavras para Nascer, é particularmente doloroso.

Numa gravidez gemelar, havia uma malformação muito grave numa das gêmeas. Segundo prognósticos médicos, ela poderia nascer, mas teria um curto período de sobrevivência. Como na França, país em que a Dra. Szejer vive, o aborto é legal, os médicos aconselharam aos pais a interrupção in-útero da vida do feto. Uma vez aceita a sugestão, a interrupção foi feita, tardiamente, tendo o feto morto permanecido no útero até o nascimento da irmã, o que se deu, por cesariana, 15 dias depois. Mas, tal como previra a Dra. Szejer, a gêmea sobrevivente, de nome Léa, teve sérios problemas, logo após o nascimento: não se alimentava e quando era amamentada à força, regurgitava sem parar, colocando em risco a própria vida.

Os problemas eram óbvios para a psicanalista: Léa tinha atrás de si vários meses de companheirismo com a irmã gêmea, e esta, de repente, ficara inerte, desaparecendo depois, completamente, do seu contato. Foi preciso um trabalho muito intenso da Dra. Szejer, muitas conversas com Léa, até que a recém-nascida conseguisse se recuperar do luto da irmã, aprendendo a mamar sozinha, e em grande quantidade, para finalmente ganhar peso e alta hospitalar duas semanas depois.


Um caso interessante para demonstrar também o psiquismo independente do feto é o narrado por Thomas Verny e John Kelly no livro A Vida Secreta da Criança antes de nascer, que influenciou especialistas em muitos países, inclusive o Brasil.

Verny conta o caso da bebê Kristina, que lhe foi relatado pelo Dr. Peter F. Freybergh, professor de obstetrícia e ginecologista da Universidade de Upsala, na Suécia. Kristina era um bebê robusto e comportado que revelou um estranho comportamento: recusava-se a mamar no seio da mãe. Aceitava a mamadeira ou o seio de outras mães, mas não queria nada com o alimento materno.

O Dr. Peter, indagando da mãe a razão de tal comportamento, recebeu um “não sei” como resposta. Ela dizia não saber o motivo. Quando, porém, o Dr. Peter foi mais incisivo na pergunta: “Mas você desejava realmente esta gravidez?”. Ela esclareceu: “Eu queria abortar, mas meu marido desejava esta criança, então, mantive-a”.

“Isto era novidade para o Peter, mas obviamente não o era para Kristina”, comenta o Dr. Verny. E acentua: “Ela havia percebido há muito tempo a rejeição de sua mãe e recusava-se a formar a ligação com esta, após o nascimento. Afetivamente rejeitada no útero, Kristina, com apenas quatro dias de vida e inteiramente dependente, estava firmemente decidida a rejeitar a sua mãe”.

Concluindo: “É provável que, com tempo, amor e paciência, a mãe de Kristina ganhe, de novo, a afeição da criança. Mas esta já existiria se a ligação tivesse sido formada antes do nascimento”.


imagens: BBC Brasil
Como e quando Kristina “soube” da rejeição? Os pesquisadores não têm, ainda, todas as respostas. Sabe-se, no entanto, que, desde o zigoto, existe a comunicação fisiológica ou biológica intensa, entre os dois seres, intermediada por hormônios, neurotransmissores, substâncias do sistema de defesa, etc. tudo devidamente registrado pela extraordinária capacidade de memorização do embrião, desde a formação da célula-ovo.

Por esses e outros dados, a Dra. Joanna Wilheim afirma, com justa razão: “Se conceituarmos inteligência como a capacidade para auto-gerir-se mentalmente; adaptar-se e adequar-se a situações novas; selecionar condições e aproveitar experiências – o que implica aprendizado e memória -, podemos concluir que de fato elas estão presentes no feto desde o período inicial da gestação”. (ver também o livro O que é a Psicologia Pré-Natal)


Dr.ª Marlene Nobre, presidente da Associação Médico Espírita do Brasil

terça-feira, 7 de maio de 2013

Andrea e Antonella



Compartilho com vocês um testemunho muito especial, da Andrea, uma jovem mãe que decidiu ter sua bebê com anencefalia, em uma gestação não planejada mas recebida com amor. Antonella nasceu com anencefalia e viveu por mais de 5 meses além da gestação, período em que ficou em casa com sua família, trazendo alegria e aprendizado a todos.



Olá, meu nome é Andrea e esta é a história da minha princesa Antonella.

Com 16 anos, fiquei grávida de minha princesa Antonella e com 4 meses de gravidez, descobri que minha bebê tinha uma malformação chamada anencefalia.

O médico me disse que minha bebê era incompatível com a vida e que no momento em que nascesse ela iria morrer. Obviamente, essa notícia me destroçou e fiquei muito mal.

Nunca pensei em abortar minha filha, sempre disse desde pequena que os bebês são uma benção e que eles não tem culpa de nada. Segui com minha gravidez feliz apesar da notícia. Eu falava com ela, cantava, etc. igual a um bebê normal, e aproveitei minha gravidez ao máximo.

A “Antito” nasceu com 41 semanas de parto normal, sem nenhuma complicação, graças a Deus. Minha pequena “milagre”, que morreria ao nascer, nos deu uma grande surpresa... Passaram-se as horas, os dias, os meses e ela seguia bem e me acompanhando a cada dia. Em outubro do ano passado (2012), minha pequena ficou doente e foi hospitalizada com pneumonia, até que em meus braços abriu suas asinhas.

Por 5 meses e 4 dias esteve comigo essa anjinha, e foram os melhores meses da minha vida... Deus sabe o porquê das coisas e quis que este pequeno anjo me acompanhasse por quase 6 meses. Espero que meu testemunho sirva a muitas mães que estão passando pelo mesmo ou por uma situação semelhante. 
Beijos a todas.

Digamos SIM À VIDA”.

Andrea Vera Tapia – Chile


Relato traduzido da página Asociación Por la Vida y los Derechos Humanos, com permissão de Andrea e dos administradores.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Mãe consegue concluir processo de adoção após a morte de sua filha adotiva especial

Adoção especial: maternidade e amor além da vida



Recebi hoje essa matéria publicada no site Última Instância, indicada por uma querida amiga do Face, Amanda Ribeiro. Fiquei profundamente emocionada e ainda estou com essa história  comovente, por isso venho aqui compartilhá-la com vocês! 

Um resumo do que aconteceu: Uma pedagoga catarinense decidiu adotar uma bebê com grandes necessidades especiais que havia sido abandonada por seus pais biológicos, em um quadro de saúde bastante delicado. Adaptou toda sua vida para cuidar dessa pequena criança que se tornou sua filha por uma escolha do coração. Com 16 meses de vida a menina veio a falecer por complicações de saúde, quando o processo de adoção ainda não havia sido concluído. Ela decidiu então pedir à Justiça a conclusão do processo de adoção, mesmo após a morte da filha, um caso excepcional e inédito no Estado em que ocorreu, em Santa Catarina.

Este lindo exemplo me levou às lágrimas, pois entendo bem o coração dessa mãe, e sei o quanto é importante o nome e reconhecimento de um filho, mesmo e especialmente quando não está mais conosco. Tudo que temos de concreto é seu nome e sua memória, e as lembranças e esperanças guardadas no nosso coração.

Segue a matéria na íntegra, de autoria da redação do Última Instância (os destaques em negrito e o glossário ao final são meus):

Justiça registra primeiro caso de adoção 'post mortem' de Santa Catarina 

O juiz Ademir Wolff, titular da Vara da Infância e Juventude da comarca de Itajaí, deferiu (1) pedido de adoção post mortem (2) formulado por uma pedagoga - a criança sob sua guarda faleceu antes da conclusão do processo, em tramitação naquela unidade jurisdicional. O pleito, sui generis (3), não previsto em lei e nem sequer registrado anteriormente pela Justiça de Santa Catarina e, foi atendido com base no bom senso e no princípio da razoabilidade, sustentado ainda no estudo social do caso. 
Em dezembro de 2011, a criança foi abandonada após o nascimento. Apresentava estado de saúde preocupante: síndrome de Down leve, lesão neurológica, mosaicismo, hipotonia, sucção débil, cardiopatia congênita e síndrome de West - que se trata de uma lesão cerebral grave. Este quadro não impediu a pedagoga de candidatar-se à adoção e obter a guarda provisória da criança. Solteira, a adotante voltara a residir com seus pais para melhor atender às necessidades da menina. Não obstante, ela morreu no último dia 22 de abril, oportunidade em que a pedagoga dirigiu-se ao Fórum, comunicou o fato e registrou seu interesse em concluir o processo de adoção. 
“É evidente que seria mais prático extinguir o processo sem resolução do mérito, mas se trata de um caso, com certeza, sui generis”, reconheceu o juiz Wolff. No seu entendimento, cabe ao Judiciário reconhecer o esforço desta mãe. “(Ela) quer evidentemente continuar sendo mãe e ver o nome pelo qual chamava a filha (…) gravado em sua lápide, preservando-se inclusive o direito de cultuar a filha que era sua, e não mais daqueles que renunciaram ao poder familiar”, anotou o magistrado. 
O juiz ressaltou que a decisão de conceder a adoção post mortem não gera reflexo prático ou jurídico para terceiros, já que a criança não tinha bens ou herdeiros, assim como direitos sucessórios a serem resguardados. A mãe buscou o reconhecimento da adoção vivida na prática. 
“Reconheça-se então este amor da adotante, dando-lhe o alento que lhe resta, a saudade de uma filha que era, sim, sua, e uma história que deve ser lembrada como um verdadeiro exemplo de adoção incondicional, nem que seja nesta sentença”, concluiu o juiz. A menina esteve 11 dos seus 16 meses de vida com a mãe adotiva.

Glossário:
1. sui generis (do latim) - Diz respeito a algo ou alguém que é diferente, especial, peculiar. 
2. post-mortem (do latim) - Após a morte, no além-túmulo, na outra vida.
3. deferir - Conferir, conceder, aceitar.

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