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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lara Vitória, pequena guerreira

NOSSA BOMBOM

Hoje recebi com tristeza a notícia de que a pequena guerreira Lara Vitória nos deixou, após quase um ano e dois meses de vida, em que lutou com coragem e rodeada pelo amor da sua família. Lara foi diagnosticada na gestação com encefalocele occipital. Sua mãe Rosa foi aconselhada a interromper a gravidez, alertada de que sua bebê não teria condições de viver após o nascimento. Com amor e coragem, Rosa decidiu carregar sua filha e amá-la durante o tempo que Deus permitisse. Com 36 semanas Lara Vitória nasceu, uma linda bebê fofinha e cheia de doçura, mas não chorou. Rosa insistiu em vê-la, e quando ouviu a voz de sua mãe dizendo que a amava, Lara abriu os olhos e chorou. 

E assim foi sua jornada nesta terra, sendo muito amada, superando desafios que lhe seriam impossíveis e contradizendo muitas previsões. Certamente todo o carinho e dedicação que recebeu de sua família ajudaram-na a ter força e coragem diante de suas limitações.

Após uma cirurgia para correção da encefaloce, Lara passou lindos meses em casa com sua mãe, seu pai e seu irmão. Tomava leite na mamadeira e comia papinhas, frutas, adorava gelatina e caldinho de feijão. Resistiu bravamente às sérias crises de convulsão que tinha. Seus pais buscaram por todos os tratamentos possíveis, se dedicaram totalmente para cuidar de sua bombom, o carinhoso apelido que deram a sua bebê tão doce e fofinha.

Rosa entrou em contato comigo por e-mail no início deste ano, pois achou o blog da Vitória pesquisando na internet, em busca de contato e troca de experiência com outras mães de crianças especiais, sempre pensando no bem da Lara. Ela então criou um blog onde passou a contar a emocionante trajetória com sua filha. http://laravitoria-encefaloceleoccipital.blogspot.com/

Há poucos meses Lara foi internada devido a uma série de complicações, mas contradizendo muitas previsões médicas, ela reagia e melhorava, resistindo e respondendo ao amor tão grande de sua família, à fé e às orações de todos que a rodeavam.

Hoje Jesus a buscou e a levou para sua casa eterna para descansar, livre das convulsões, do CPAP, dos medicamentos. Para sua família e todos os que a amavam, mesmo de longe, a dor e a saudade são imensas, pois pedimos tanto que a Lara melhorasse e fosse para casa. O tempo de Deus não é o nosso tempo e os seus caminhos estão acima dos nossos. Cremos que a Lara está bem com Jesus, num lugar lindo e cheio de paz, e continua com sua doçura e pureza que tanto nos ensinaram, aguardando o dia de reencontrar sua família amada. Mas a dor para os ficam aguardando aqui não é fácil. Peço orações por sua família, para que recebam de Deus todo o conforto e paz em seus corações.

Querida Rosa, parabéns por todo seu amor tão imenso, sua força e coragem diante dos desafios, você é a melhor mãe que a Lara poderia ter e com certeza ela sempre lutou motivada pelo seu amor. Estamos orando por vocês.
Lara Vitória saindo da maternidade


Princesinha Lara Vitória

Lutou bravamente contra as convulsões

Doce e fofinha como um bombom!

Menina guerreira que tanto nos ensinou

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

João Pedro, um vencedor



Esta a história do João Pedro, um menino forte e guerreiro que tem trazido muitas alegrias para sua familia. João Pedro foi diagnosticado com encefalocele ainda na gestação. Sua mãe Michelly recebeu as piores previsões e foi desencorajara a continuar a gravidez. Mas optou por respeitar a vida de seu filho e simplesmente amá-lo. Seu filhote já está hoje com um ano e dois meses, e tem a cada dia superado muitas expectativas, com lindos sorrisos e conquistas supreendenrtes.
Que Deus abençoe este pequeno vencedor e sua família que o ama tanto!

Vocês podem continuar acompanhando essa grande história no blog do João Pedro http://joaopedromeupequenoguerreiro.blogspot.com/



Meu nome é Michelly e tenho um bebê que nasceu com microcefalia e encefalocele. Vou contar um pouco da nossa história, ou seja, a luta do João Pedro.

Cinco anos atrás tive uma filha linda e perfeita, a Sarah, mas por erro médico ela veio a falecer com apenas 10 minutos de vida. Para mim e meu esposo o mundo acabou, mas com muita força de Deus e da nossa familia, conseguimos seguir em frente. Tive vários abortos espontâneos e decidi não ter mais filhos. Foi quando descobri que estava grávida novamente. Fiquei muito feliz, porém com medo.

Estava indo tudo bem até o quinto mês, quando fui fazer um ultrassom para saber o sexo do bebê. Foi quando veio a bomba. A médica me disse que meu bebê tinha uma má-formação no crânio chamada encefalocele, e microcefalia, e que após o nascimento ele não sobreviveria. Para mim o mundo havia desabado, e eu pensava que iria perder mais um filho.

Fui ao meu médico do pré-natal e ele me disse a mesma coisa, e mais, que eu poderia fazer um aborto, era só entrar com pedido na justiça. Disse a ele que eu nunca iria tirar a vida do meu filho. Deus me deu e só Ele poderia tirar. Resolvi procurar outras pessoas e outras opiniões e sempre ouvia as mesmas coisas. Chorava muito. Além disso meu esposo sempre esteve ao meu lado. 34 semanas. Fiz um novo ultrasson e a médica disse que a cabeça do meu filho era oca e perguntou por que eu insistia em tê-lo.

Com 36 semanas nasceu o Joao Pedro, com 3,05 kg e com 47 cm. Um meninão! Quando ele nasceu, ouvi seu choro forte e desabei a chorar quando a médica me trouxe para vê-lo, e então beijei seu rostinho delicado. Imagine como fiquei, meu filho, que felicidade. Mas ela me disse: "Mãe, esse pode ser seu último beijo". Logo o levaram para a UTI Neonatal, onde ele  foi avaliado por vários médicos e com 12 horas de nascido o neuro chamou eu e meu esposo e nos disse que iria fazer a cirurgia no João. A cirurgia era muito delicada e as chances de ele sobreviver eram quase nulas, era para ficarmos preparados.



Ele nasceu no dia 19 de maio de 2010 e no dia 20 de maio foi feita a cirurgia. Ele era tão frágil, tão pequeno, só nos restava pedir a Deus que desse força ao nosso pequeno guerreiro. Foram seis horas de angústia e espera. Quando acabou, o neuro nos chamou. Me tremi toda, foi aí que ele nos disse que a cirurgia tinha sido um sucesso, tudo tinha corrido bem e ele quase não havia perdido sangue. Porém poderia morrer por conta de infecções ou sobreviver e vegetar. Mas o que eu queria era meu filho vivo e ao meu lado, nao importava como!


Só que o João, a cada dia que passava se superava. Com três dias de vida já respirava sozinho. Com quatro dias começou a mamar sem sonda. Os pontos da cabeça estavam secos e com um dia foram retirados e ele já mamava no peito, mas como eu não tive repouso da cesárea, ficava o dia inteiro no hospital e meus pontos abriram. Tive que fazer uma nova cesariana e quase morri, mas Deus é maior e me guardou.




Com 20 dias o João teve alta. Os médicos me alertaram que ele iria ter crises de convulsão. Mas graças a Deus isso nunca aconteceu.


Com dois meses descobri que ele não enxerga, foi mais uma bomba, mas sei que ele enxerga com os olhos do coração e conhece a voz de todos que estão ao seu lado.



Hoje ele está com um ano e dois meses. Para quem vegetaria, ele já come de tudo, já está quase sentando sozinho, faz fono e fisio e a cada dia fica mais esperto! Ele tem sim suas limitaçãoes, mas com fé em Deus estamos a cada dia aprendendo a lidar com elas. Ele até já aprendeu a chupar suco com canudinho!


Hoje eu sei que o João é um milagre na minha vida, eu o amo demais e não saberia viver sem ele. Com todas as suas limitações, ele nos ensina muito, principalmente a agradecer a Deus por cada vitória conquistada.


Quando ele aprendeu a chupar suco com canudinho, por exemplo, foi uma festa!


Agradeço a Deus todos os dias pela vida do meu filho. Ele está a cada dia vencendo seus gigantes e mostrando a todos que Deus é Fiel.






sábado, 13 de agosto de 2011

Gabriela e seu coração valente


Esta é a história da Gabriela, uma linda menina que vive em Taquara, no Rio Grande do Sul, contada por sua mãe, Fernanda Henke, que enfrentou grandes desafios no início da sua gestação. A Fernanda me escreveu há alguns meses contando sua história. Achei-a tão surpreendente e linda que lhe pedi se poderia compartilhar aqui neste blog.

Quando descobriu que estava grávida, com quase três meses de gestação, Fernanda descobriu também o que o coração de seu bebê não mais batia... Repeditos os exames, após dias de muita angústia, foi agendada uma curetagem. Na noite anterior ao procedimento, porém, Fernanda teve um sonho e decidiu, com seu marido, fazer um novo ultrassom na manhã seguinte. E descobriu, com grande surpresa e alegria, que lá estava sua Gabriela com o coração batendo firme e forte, inexplicavelmente! Gabriela nasceu saudável e hoje é uma menina esperta e cheia de vida.

Creio que sua história merece ser compartilhada, para mais uma vez lembrarmos como a vida traz mistérios e surpresas que estão além dos domínios da medicina. Se mesmo quando o coração parecia não mais bater, surgiu um fio de esperança em que se agarrar, quanto mais devemos buscar ter fé e esperança sempre diante aos desafios de nossos filhos!


Primeiro gostaria de agradecer o espaço. Gostaria muito de compartilhar minha história com todas vocês. Tudo que passei, e das emoções que vivi no início da minha gravidez. E claro, vivo até os dias de hoje.

Minha vida andava uma correria, casa, marido, faculdade, emprego... Viajava todos os dias às 6h da manhã para trabalhar e estudar. Retornava após a meia noite, todos os dias era assim. Havia dias que eu acabava ficando em Canela para conseguir descansar um pouco mais. Meu marido ficava em casa sozinho.
Filhos? Nem cogitava. Claro que sempre pensei em ser mãe um dia, ter uma família linda, filhos lindos e saudáveis, enfim, como todo mundo sonha. Já tínhamos até pensado em nomes, mas só se fosse menina, parecia que já sabíamos...

Em agosto de 2008 comecei a sentir fortes dores na barriga. Como aqui no sul é muito frio e viajava todos os dias de ônibus para o trabalho, cabelos molhados, ir para faculdade à noite, pegar van depois da aula, chegar tarde, fui ao médico e sem pedir exames, me tratava para infecção nos rins. Passei duas semanas com dor, levava buscopan gotas na bolsa, e às vezes tinha que improvisar tomar sem água, sem nada, de tanta dor que sentia. Corria para o hospital assim que chegava ao meu destino. Precisava tomar qualquer coisa que aliviasse aquela dor insuportável. Ou era soro ou buscopan na veia. Assim que melhorava voltava para o trabalho, faculdade, casa... Rotina diária.

Aquela “infecção nos rins” aos poucos foi passando, e o meu corpo se transformando. Ué? Até então não tinha parado para pensar que poderia ter um serzinho dentro de mim. Estava com meu esposo há oito anos, me cuidava, mas também não era aquiiiiilo... Então comprei um teste de farmácia que deu negativo. Na mesma semana marquei um exame de sangue, lembro que a enfermeira só encontrava lugares roxos, de tantas injeções e soros. Feito o exame, gravidíssima! Estávamos nervosos, queríamos marcar um médico o quanto antes para saber se estava tudo bem com o nosso bebê. Será que com tantas injeções, tantos remédios não lhe teriam prejudicado? Tinha muito medo. Não acreditava que estava grávida. Só pensava, e agora? E agora? Será que vou ser uma boa mãe? Será que vou saber cuidar do umbiguinho? Será que meu bebê está bem? Ai ai... Agora que entrou vai ter que sair... rs Tinha mil coisas para me preocupar. Minha mãe disse que é assim mesmo, a ficha demora a cair! Depois que se sabe que existe um ser dentro de você, nunca mais descansamos. As dores começaram final de agosto, passei duas semanas com dor, até marcar o exame, até ir ao médico...

Alguns dias antes, estava trabalhando e me liga um rapaz me dizendo que fui selecionada para trabalhar no Ministério Público da minha cidade, trabalhar meio turno e o salário passava do que eu recebia em Canela. Eu, na hora, tão atarefada que estava disse que já estava trabalhando. Desliguei, pensei uns 15 minutos e liguei de volta. Disse que estava interessada sim, e que ia fazer a entrevista. Imaginem! Trabalhar perto de casa, só de tarde, ganhar mais do que ganhava, sem ter que acordar todos os dias às 5h30 e ter que pegar ônibus! Fui à entrevista, pediram para eu começar na segunda-feira seguinte. Lá estava eu, feliz da vida! Comecei na segunda-feira e na terça-feira descobri que estava esperando um filho.

Então marquei médico, 25 de setembro de 2008, queria saber como estava meu bebê, não podia esperar mais, já tinha esperado tanto tempo tomando remédio para infecção nos rins. Na consulta fui sozinha, o médico realizou uma ecografia trans, e atento não falava nada. Perguntei o que ele estava vendo, e ele perguntou de quanto tempo eu estava grávida. Disse que não sabia ao certo a data da minha última menstruação. Olhou o exame de sangue, não falou nada. Pediu que depois de uma semana eu repetisse o exame, pois ele não havia encontrado batimentos cardíacos no meu bebê. Disse que o embrião tinha cerca de oito semanas. Previsão do parto para 17-05-09. Mas que não sabia ao certo se era esse o cálculo, pois poderia ter deixado de bater o seu coraçãozinho há mais tempo, que ele não sabia... Que agonia. Já me culpava por não ter feito o exame de sangue logo. Quem sabe se tivesse feito o exame de sangue logo, tinha salvado meu filho. Ele morreu porque eu tomei um monte de medicamentos. Aquela “infecção” tinha me trazido sérios problemas, pensava eu. E agora? Vou ter que passar por tudo aquilo que ouço as pessoas falarem, sangramento, curetagem... Só de pensar, meu coração ficava despedaçado! Eu não sabia mais o que fazer. Chorava horas, dias... Como estava no meu emprego novo, não queria falar nada que pudesse me prejudicar. Ia trabalhar dias, com aqueles absorventes gigantes pós- parto, com medo que a qualquer hora viesse o sangramento.

Passada uma semana procurei outro médico que me atendeu e disse que realmente não havia batimentos. Pediu que em dois dias eu voltasse para fazermos outra ecografia trans. Agora tinha que ir toda hora? Sempre sem respostasa? Toda às vezes ligava para o meu esposo chorando, gritava... As pessoas pensavam que eu era uma louca! Não me conformava com aquilo.

Passado mais uma semana, outra ecografia trans. O médico estranhou que até então eu não tinha tido sangramento, disse que poderia me dar uma infecção e orientou que eu fosse até um camelô e comprasse CITOTEC, medicamento para tratamento de úlcera, é abortivo, proibido nas farmácias. Quando cheguei em casa coloquei o nome na internet e descobri as causas desse medicamento. Desisti na hora. Na outra consulta, já que eu não tinha feito esse procedimento que ele sugeriu, ele então me sugeriu a curetagem. Marcamos a curetagem para uma sexta-feira, pois não queria que fosse antes para não me prejudicar no trabalho. Sendo na sexta-feira, na segunda-feira eu poderia estar de volta.

Na quinta-feira pela noite meu esposo ligou para sua mãe, pedindo que me acompanhasse à tardinha, pois tinha faculdade, e que após a faculdade ele ia para o hospital pousar comigo.

Como confiei nesse médico? Jamais me perdoaria se tivesse feito qualquer coisa. Meu Deus, como fui burra! Qual BOM médico que vai indicar um medicamento desses, tão agressivo para uma paciente? Como confiei nesse médico? Jamais me perdoaria se tivesse feito qualquer coisa. Meu Deus, como fui burra! Qual BOM médico que vai indicar um medicamento desses, tão agressivo para uma paciente?

Mas Deus fez tudo no tempo certo. Preparou tudo da melhor forma possível.

Na quinta-feira, noite que antecedia o procedimento, quando consegui pegar no sono tive um sonho do qual eu não queria acordar. Eu estava sentada no solzinho, tinha muito vento e estava muito gostoso ficar ali, no sol tomando chimarrão. Eu que detesto ficar exposta ao sol... Conversava com meu esposo, quando olho em direção à barriga, para a blusa preta e bem solta que eu estava usando, havia algo diferente comigo. Chamei meu esposo e notamos que era possível perceber por cima da blusa um coraçãozinho batendo. Era possível ver a olho nu? Chorei muito no sonho e dizia: Olha aqui, meu amor! Nosso bebê não está morto. Olhe aqui o seu coração batendo! Como fui acreditar naquele médico? Vamos marcar outro médico agora! Viu, não posso tirar nosso filho, ele está vivo! Só havia percebido tão nitidamente meu coração pulsando quando era pequena e estava naquelas aulas de educação física, correndo dez voltas na quadra com um sol de mais de 30 graus. Era incrível! Como pode? Fiquei feliz e disse para meu esposo que nosso bebê estava vivo e que marcaríamos outro médico para ter certeza.

Liguei para o Hospital Bom Pastor de Igrejinha, onde havia ido pessoalmente para marcar a curetagem, para desmarcar. Lógico que o médico que faria a curetagem não seria aquele “indivíduo” picareta, que jamais deveria se chamar de Dr. Então fomos a um terceiro médico. Liguei para o Dr. Everton chorando, e ele marcou uma consulta para o sábado de manhã, como encaixe, bem cedo, antes que sua primeira consulta chegasse. Nessa consulta fomos eu e meu esposo, ambos ansiosos e esperançosos para que se confirmasse aquele sonho que Deus preparou para mim. Sim, só podia ter sido Deus para preparar um sonho lindo daqueles para conversar comigo.

Dr. Everton conversou muito, foi muito legal, olhou os exames e me examinou no dia 04-10-08. Mais uma eco trans! Que horror!!! Morro de vergonhaaaaaa! Tantas ecos e nenhuma me dizia nada? Estava cansada! Sentia-me arrasada! Como estava muito nervosa, Dr. Everton pediu que eu fosse ao banheiro, vestisse o avental verde que lá estava e que viesse até a cadeira para que assim pudesse me examinar. Veio sozinho enquanto o Leandro me esperava na sala ao lado, até que todo o preparo fosse feito. Assim que conversou comigo e preparou tudo, chamou o Leandro. Foi conversando e examinando com muita calma, pois deveria me preparar para dar a notícia. Fosse ela boa ou fosse ruim.

Tremia muito. Quando o Dr. me olhou e disse, o bebê de vocês está aqui, mãezinha, não chore, olhe o seu coração com 165 batimentos! Foi uma emoção jamais sentida antes, em toda a nossa vida! Estava ali o nosso bebê, feliz da vida, fazendo muitas acrobacias e dançando sem parar (risos). Com seus 165 batimentos por minuto. Graças... Deus realmente havia falado comigo em sonho. Poderia ter sido eu, de tanto pensar poderia ter sonhado que meu bebê estava vivo, mas não! Graças a Deus.

Aos cálculos dele eu estava de dois meses de gestação. Previsão de parto para dia 17-05-09. Mas com dois meses de gestação já estava mais do que na hora de ouvir os batimentos de um bebê. Não? Mais tarde descobri que a data do parto estava errada. Nosso bebê tinha um mês a mais. Então, com três meses e não escutar o coração? Só milagre de Deus para explicar. Eu já estava decepcionada com os médicos. Tantos erros? Ou o coração da minha pequena não estava batendo? O que explica tudo isso? Quem pode explicar? O que aconteceu? Graças a Deus acabou da melhor forma.

Tudo certo! E agora? Será que não vai ter nenhuma sequela de tantos medicamentos que tomei? Sempre ficava aquele medo. Será? Será? Agora era esse medo que não me deixava dormir direito. Mães... Não adianta! Somos assim mesmo. Preocupamos-nos desde que sabemos da existência deles, e depois disso nunca mais sossego.
Apesar do ótimo atendimento que recebemos, o Dr. Everton não me acompanhou, por não atender pelo nosso plano de saúde. Procurei o Dr. Gernot de Igrejinha. Pessoa tranquila, maravilhosa, atenciosa, muito experiente e muito calma. Do quarto mês em diante foi só alegria. Exame morfológico ok, tudo se encaminhando muito bem. Aqueles longos meses de muito choro e preocupação se transformaram em meses alegres. Muito alegres. Como tem sido até hoje.

PREVISÃO DO PARTO: 17-04-09. Desde o início quis cesárea e não cogitava parto normal de jeito nenhum. O médico decidiu esperar passar os feriados de abril e então marcou a cesárea para o dia 24-04-09. Sexta-feira, dia lindo de sol, calor... Parecia o dia em que sonhei com minha filha. E o dia 24-04 então seria o dia em que eu realmente a teria em meus braços. Acordei cedo, fiz higiene pessoal, ainda fiz chapinha nos cabelos e almocei às 11h da manhã. Deitei para descansar, tentei dormir, mas a ansiedade falava mais alto. Às 15h, dei entrada no hospital para que às 18h o parto fosse realizado. Estava comigo minha mãe, minha sogra e meu esposo. Minha sogra parecia estar tranquila, mas arrumava as coisas no quarto sem parar. Minha mãe estava nervosa e me deixou também. Se com os seis filhos que ela teve ainda ficava nervosa, o que direi eu. Depois vi que era ansiedade mesmo. Muita emoção para todos nós. Meu esposo, esse nada o tira do sossego, kkk. Está sempre calmo. Ah! Como queria ser assim... Viveria mais uns 100 anos!


Às 19h do dia 24-04-09 nasce a pequena Gabriela, com 50 cm e pesando 3,385 kg. Nem tão pequena assim. Papai assistiu ao parto, enquanto algumas pessoas queridas iam chegando ao vidro para ver a Gabriela. O pai todo bobo com ela no colo, mostrando-a. Linda e saudável. Primeira coisa que perguntei era se ela era perfeita. Meu esposo sorriu e disse que ela era linda e perfeita. Assim que saíram comigo da sala de cirurgia e me encaminharam para o quarto, já trouxeram a Gabriela e ali conosco ela ficou. Só a levavam quando era para realizar as trocas e quando puseram o brinco que o vovô Arthur a presenteou. Do quarto ainda escutamos o chorinho dela para furar a orelha.


No sábado recebi algumas visitas e a Gabriela chorava de fome. As enfermeiras não me incentivaram a amamentar, e eu não sabia o que fazer, pois meu peito não tinha bico. Com muita luta consegui que ela pegasse um pouquinho e logo ela dormia. A enfermeira disse: não se preocupa mãezinha que eles sempre têm uma reserva. Assim passou o dia. No domingo, dia em que tive alta, acompanhei o banho da Gabriela e conversei com o pediatra que participou do parto. Ele disse que realmente eu não tinha bico e que seria muito difícil amamentar. Não tinha incentivos nem do próprio médico.

Fomos para casa e foi uma semana muito difícil. Tirava leite do peito e colocava na mamadeira para a Gabriela mamar. A levamos em sua primeira consulta e a médica disse que assim ela não pegaria o peito, e que logo meu leite ia secar. A Gabriela estava engolindo muito ar e com isso as cólicas eram terríveis. Coitadinha! Quando a Gabriela tinha uma semana, minha mãe veio me visitar e disse que aquele dia a Gabriela ia mamar no peito. Lembro que ela dormiu muito, e quando acordou, estava aos prantos. FOME! Que bom! Minha mãe me ajudou a fazer com que a minha filha pegasse meu peito. Foi muito bom! Maravilhoso a gente poder amamentar nossos pequenos. Senti-me a pessoa mais feliz do mundo. Morria de vergonha quando íamos fazer vacinas e as várias consultas na semana em que ela não mamou, e eu tinha que levar mamadeira. Assim minha filha mamou até seus ONZE meses. Só parou por que estava mordendo e a mamãe faria uma cirurgia.


Gabriela sempre foi uma criança muito inteligente, falante, saudável... Ficou gripada a primeira vez com DEZ meses. Como explicar as coisas da vida? Como explicar a medicina? Os erros médicos? Por pouco eu não desprendi de mim a coisa mais preciosa da minha vida! Seja nosso problema qual for, Deus sempre nos dá uma luz.

 

Obrigada paizinho do céu por todos os momentos felizes que estamos passando ao lado da Gabi. Minha filha é a minha vida!

Tem os momentos difíceis? Tem. Perdemos a paciência? Perdemos. Mas são muito mais momentos bons, felizes, muitos risos e muitas alegrias do que de briguinhas.

Grande abraço para vocês, mamães!

Fernanda

(este é o blog criado para compartilhar os momentos especiais desta linda família)

Agradeço a Fernanda por ter escrito sua história com tanto carinho, e desejo que Deus continue a abençoar a vida da Gabriela e de sua família a cada novo dia!
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